"(...) Trouxe as compras e, mais devotamente do que os que fazem altares, alterou a posição dos móveis, pendurou ele próprio as cortinas, pôs urzes na chaminé, violetas na cómoda; teria gostado de forrar todo quarto a ouro. «É amanhã», dizia para consigo, «sim, amanhã! Não estou a sonhar.» E sentia o coração a bater com força sob o delírio da sua esperança; depois, quando ficou tudo pronto, meteu a chave no bolso, como se a felicidade, que ali dormia, pudesse fugir.(...)"
(A Educação Sentimental, Gustave Flaubert)